Artigos & Textos em Jornais/ Revistas

Quadros, S. F.; Krawczyk, N. (2024). EDUCANDO A JUVENTUDE TRABALHADORA PELAS MÉTRICAS DO MERCADO. Educação Em Revista, 40(40). 


Pautar as políticas educacionais tem sido uma atividade recorrente do empresariado, e a reforma do ensino médio se consolidou como um traço emblemático desta influência. Este artigo analisa o significado do projeto educacional do empresariado para a juventude e para o ensino médio, desvelando seus propósitos e pressupostos, e a maneira como se articularam à Reforma. Esta análise tem origem em uma pesquisa de mestrado que fez uso de fontes primárias e secundárias, como documentos elaborados por fundações empresariais – com destaque para o Todos Pela Educação e o Instituto Unibanco –; documentos legislativos e normativos. A partir desse conjunto de documentos, foram selecionadas três categorias analíticas, consideradas mais relevantes pela maneira como fundamentam as propostas do empresariado: a pedagogia das competências, o accountability e o protagonismo juvenil. Conclui-se que o projeto educacional do empresariado para a juventude da classe trabalhadora se caracteriza por uma ‘captura’ da subjetividade, em que as competências socioemocionais procuram encarnar nos jovens o autocontrole, o trabalho em equipe e a resiliência – no seio da crise estrutural do capital –; o accountability pretende subjetivar a racionalidade neoliberal advinda do capital financeiro, com sua persecução neurótica pelo incremento de ‘capital humano’; e o protagonismo juvenil se caracteriza como uma estratégia pela qual o capital procura ‘submeter ativamente’ os jovens à sua racionalidade, ou seja, por meio dos discursos e das estratégias de manipulação, busca fazer o jovem acreditar que é o autor de sua própria dominação.



Acesse aqui
A reforma do ensino médio pela Lei nº 13.415/17 estabelece uma organização curricular com carga horária dividida entre formação comum e itinerários formativos diversificados para lograr um currículo mais atraente para a juventude. Em vista do que estabelece esse marco legal e normas complementares, as redes estaduais produziram alterações nos currículos para essa etapa da educação básica. A intenção deste artigo é a de dar publicidade aos resultados de pesquisa que analisou as propostas curriculares das 16 unidades da federação que haviam concluído a adequação até dezembro de 2021, problematizando-as a partir da relação entre juventude e escolarização.. Dentre as conclusões se verifica uma expressiva variedade de formatos curriculares e a possibilidade de que se institua uma formação fragmentada e aligeirada, distante das necessidades de formação da juventude, seja para a vida em sociedade, seja para o mundo do trabalho ou para o acesso à educação superior.



Acesse aqui

Pautar a reforma do ensino médio em meio ao golpe parlamentar de 2016 caracterizou um traço emblemático da influência empresarial na política educacional. Assim, este artigo se propõe a responder à seguinte pergunta: qual o conteúdo, suas características e as racionalidades subjacentes ao projeto de educação pública para a juventude proposto pelo empresariado e colocado em marcha com a reforma do ensino médio? E por que se pode afirmar que esse projeto se coaduna com interesses do capital na fase atual de reprodução social e no contexto da reestruturação produtiva? Esta análise tem origem em uma pesquisa com fontes primárias e secundárias: documentos elaborados por fundações empresariais – com destaque para o Todos Pela Educação e o Instituto Unibanco –; documentos legislativos e normativos; e audiências públicas da MP746/2016. O texto procura responder à pergunta proposta a partir de três categorias analíticas: a pedagogia das competências, o accountability e o protagonismo juvenil. Conclui-se que a ação empresarial que promove um projeto educacional para a classe trabalhadora se constitui em dispositivos que adequam a formação dos jovens às demandas das novas organizações gerenciais do trabalho, consolidando uma expansão da racionalidade do capital do espaço de produção para o espaço de reprodução social – nesse caso, a escolarização dos trabalhadores – e se materializa na escola por meio de discursos e práticas que subjetivam essa racionalidade, como as competências socioemocionais, o accountability e o protagonismo juvenil.

______________________________________________________


, M. Novo Ensino Médio: o que não tem conserto. Blog Outras Palavras, 23/04/2023.


Acesse aqui

Ele impõe o ensino embrutecedor. Forja novas gerações para o trabalho precário. E representa o sonho neoliberal de capturar o porvir. Revogá-lo é o primeiro passo para construir uma educação crítica e parte do projeto de reconstrução nacional

______________________________________________________________


GONÇALVES, J.; KRAWCZYK, N. Novo Plano de Carreira docente. Precarização da Reforma do EM. O caso de São Paulo. Revista Espaço Pedagógico, Passo Fundo, v. 30, e14463, 2023 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep

Acesse aqui

Em março de 2022, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo instituiu um novo Plano de Carreira para o Quadro do Magistério que, de alguma forma, configura uma nova etapa da Reforma do Ensino Médio, modificando aquele instituído em dezembro de 1997. O presente trabalho aborda os principais pontos alterados na “nova carreira” e faz uma breve análise das consequências, focando o processo de atribuição de aulas para 2023. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo analítico, com base na técnica de análise documental e entrevistas semiestruturadas. O percurso metodológico está organizado em duas partes:1) análise e comparação entre o Novo Plano de Carreira e o Plano de Carreira anterior; 2) recuperação do processo de atribuição de aulas a partir de entrevistas semiestruturadas com docentes. Para adentrar informações importantes a respeito do novo modelo de carreira, que altera e flexibiliza as relações de trabalho, buscou-se contextualizá-lo no conjunto de medidas da Reforma do Ensino Médio. O resultado do estudo mostra que, sob a fachada de valorização dos salários de professores, escondem-se consequências nefastas na “nova carreira”, detalhadas ao longo do texto.

______________________________________________________________


KRAWCZYK, N; OLIVEIRA, T. Quando a escola ensina a submissão financeira. Blog Outras Palavras, 01/09/2021.

Acesse aqui


Num país em que 70% estão endividados, bancos e bolsas montam institutos para vender, na escola básica, ideia de que há sucesso e felicidade sob o capitalismo financeirizado. Governo Bolsonaro abre ensino público ao projeto disciplinador

______________________________________________________________


Nora Krawczyk; Dirce Zan. Resiliência ou resistência: um dilema social pós-pandemia. Políticas Educativas, 2021.

Acesse aqui


Resumo: Propõe-se um debate crítico sobre o “novo normal” que se desenha no processo de pandemia no Brasil e a relevância do tema da resiliência em discursos oficiais nos vários espaços sociais e institucionais.  Vista como a competência cultivada por docentes, alunos e famílias diante da atual situação sanitária, ela necessitaria ser ensinada na escola no contexto dos pressupostos epistemológicos das competências socioemocionais. Analisa as críticas oriundas da psicologia, da sociologia e da pedagogia. Atualmente, investir em uma educação focada no desenvolvimento de competências socioemocionais, em especial, na habilidade de resiliência pode levar a uma formação compatível com um novo e inevitável contexto educacional, social e econômico distante de qualquer projeto comprometido com transformações sociais significativas. 

______________________________________________________________

QUADROS, S. F. de; KRAWCZYK, N. O capital vai ao ensino médio: uma análise da reforma no processo de circulação do capital. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 21, n. 00, p. e021044, 2021.

Acesse aqui

Resumo: Este texto procura colaborar com a compreensão da natureza da privatização da educação no processo de acumulação do capital. Faz uma breve análise das crises do capital para encontrar meios de absorção, procurando mostrar como a educação virou alvo de capitalização. Toma como objetos de análise a reforma do ensino médio (Lei 13.415/2017) e algumas ações do governo. Destaca as seguintes liberalizações que potencializam a absorção de novos investimentos: parcerias público-privadas na formação inicial e continuada de professores e implementação do novo currículo (induzida por meio do empréstimo junto ao BIRD); demanda por novos produtos e serviços educacionais para o “novo ensino médio”; oferta de parte da escolarização a distância; etc. E conclui que, dadas as contradições da educação no capitalismo, é preciso que os trabalhadores travem suas lutas também no processo de circulação, onde o capital tem vagado com menos resistência.

______________________________________________________________

ZAN, Dirce. KRAWCZYK, Nora. Universidades públicas brasileiras e a pandemia de 2020Revista del Núcleo en Estudios e Investigaciones en Educación Superior del MERCOSUR, v. 10, n. 1, 2021.

Acesse aqui


Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar um quadro da recente expansão do ensino superior no Brasil, principalmente na rede pública, e as disputas e ameaças a esse processo que se apresentam no contexto atual da pandemia. Relata algumas das ações das universidades públicas paulistas, visando adaptar-se à suspensão de atividades presenciais, em razão do necessário distanciamento social. A flexibilização acadêmica e administrativa e a inclusão do ensino remoto são as principais ações adotadas nesse processo. Analisa também a complexidade da situação estudantil, que provoca nos alunos um turbilhão de emoções diante da incerteza sobre o que está acontecendo e o que está por vir. Discute o fato de que a necessidade atual de utilização do ensino remoto e de implementação de ferramentas digitais no Brasil está acelerando a venda de plataformas para todos os níveis de ensino, e elas poderão continuar sendo utilizadas no período pós- pandemia. Estimulado pela indústria técnico-educativa, atualmente é cada vez mais presente o discurso favorável ao ensino híbrido na universidade, que poderá levar a uma reconversão dramática do processo educacional ao serviço do capital, com flexibilização até mesmo das leis de contratação e compra de serviços privados pelas instituições públicas de ensino.


_______________________________________________________________      

ZAN, Dirce. KRAWCZYK, Nora. Educação e Juventude sob Fortes Ameaças. Boletim ANPED, junho/julho 2020.

Acesse aqui

Resumo: O processo de expansão do acesso à escola em nosso país é marcado por um histórico de lutas e movimentos que aglutinam diferentes sujeitos sociais. A concretização desse direito para a maioria da população brasileira tem ainda um longo percurso a ser feito. No entanto, nas últimas décadas vimos uma mudança significativa no que se refere ao acesso ao Ensino Médio. Embora com avanços nas matrículas desde os anos de 1990, no início deste século começa certa estagnação e, até mesmo, um retrocesso nas taxas de ingresso. A queda nas matrículas e a alta evasão constatadas no Ensino Médio apontam para uma interdependência entre políticas econômicas, sociais e educacionais na garantia do direito da juventude à escola.

_______________________________________________________________  

KRAWCZYK, Nora. EUA – Brasil: uma cooperação deletéria na educação. Da cartilha neoliberal ao fundamentalismo religiosoJornal de Politicas Educacionais, v. 14, n. 1, nov. 2020.

Acesse aqui

Resumo: As ideias que pretendemos desenvolver aqui são resultados de uma pesquisa realizada nos EUA (2015-2016), que teve como objetivo o estudo da sua influência nas políticas educacionais brasileiras contemporâneas. Partimos da ideia de que as políticas que se afirmam como agenda global se originam num país determinado, são apropriadas pelas elites políticas e por grupos econômicos em diferentes países e se transformam em agenda global como parte das relações de dependência internacional. A pesquisa das influências nos processos de produção e implementação das políticas educacionais nacionais permite conhecer a gênese dessas políticas no seu lugar de origem, seus princípios e transformações e seus resultados e consequências. Isto favorece, por sua vez, ter elementos de análise para uma melhor compreensão do que essas “ideias” podem produzir numa realidade histórica internacional e nacional bastante diferente. Elas podem vir tanto em forma de apreciações envolvendo a circulação internacional de ideias ou o empréstimo de políticas quanto através de alianças com setores nacionais. Veremos como, no caso do Brasil, podem ser identificadas essas três formas de influência dos EUA na educação brasileira. Serão analisadas as consequências na educação básica brasileira da aliança empresarial e do fundamentalismo religioso Brasil-EUA. 

 _______________________________________________________________  

ZAN, Dirce. KRAWCZYK, Nora. Disputa Cultural: O Pensamento Conservador no Ensino Médio brasileiro. Revista Amazônida, v. 4, n. 2, 2019.

Acesse aqui

Resumo: O artigo analisa como o avanço do pensamento conservador no Brasil se expressa na disputa pela escola pública e seu consequente desmonte, partir do golpe de 2016.  O conservadorismo, que tem conquistado cada vez mais poder, revela-se em iniciativas tais como a reforma do ensino médio, a Base Nacional Curricular (BNCC), as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio, o projeto escola sem partido, entre outros. Para as autoras, trata-se de situação que afronta o caráter democrático da escola pública, desvaloriza a ciência, desrespeita a juventude e os trabalhadores da educação. Elas consideram ainda que as mudanças na área de educação estão em sintonia com o atual processo político regressivo e suas demais reformas, especialmente no âmbito do trabalho e da seguridade social. 

______________________________________________________________  

ZAN, Dirce. KRAWCZYK, Nora. Ataque à escola pública e à democracia: notas sobre os projetos em curso no Brasil. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 13, n. 27, p. 607-620, set./dez. 2019.

Acesse aqui


Resumo: Nos últimos tempos acompanhamos um forte avanço do pensamento conservador no Brasil, expresso de forma mais contundente com o Golpe que ocorreu em 2016. Desde então, o país segue em um ritmo acelerado de desmonte de direitos, de interrupção das políticas sociais anteriormente construídas e de aprofundamento das desigualdades educacionais e sociais. Como manifestação dessa conjuntura e do avanço do conservadorismo em nosso país, nos propomos aqui tratar de quatro projetos que estão em curso na educação brasileira: o Programa Escola sem Partido, a militarização das escolas públicas, o Homeschooling e a inclusão do empreendedorismo como tema importante nos currículos escolares. A análise dessas políticas nos permitirá perceber de que forma essas ideias e propostas crescem em um contexto de fragilização da compreensão da educação como um direito. Mas também não podemos entender o que está acontecendo no Brasil, se não no contexto de um processo internacional de esvaziamento do poder político dos Estados nacionais, transferindo-o para grandes grupos econômicos, com hegemonia do capital financeiro e dos organismos que os representam. Faz-se necessário também considerar a onda conservadora que vem se erguendo em diferentes partes do mundo, e que tem vislumbrado a instituição escolar como importante agente cultural sobre a qual se levantam forças políticas conservadoras, com o objetivo de maior controle sobre ela. Uma das primeiras iniciativas do presidente, que aponta para sua intenção em fortalecer os princípios reacionários e a disciplina militar nas escolas públicas, se expressa na publicação de Decreto lei, logo após a sua posse em 2019, autorizando que policiais militares na ativa e bombeiros pudessem atuar na gestão de escolas cívico-militares e como tutores de estudantes. O presidente já declarou, através da imprensa, ter a intenção de ampliar a experiência do estado de Goiás para todo o Brasil, até o ano de 2023.

 ______________________________________________________________    

KRAWCZYK, Nora. A política educacional e seus desafios na pesquisa: o caso do Brasil. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa, v. 4, p. 1-9, 2019. 

Acesse aqui


Resumo: O artigo apresenta o problema de se pesquisar política educacional e/ou políticas educacionais como uma tarefa difícil, principalmente pela multiplicidade de disciplinas necessárias para seu estudo. Propõe oferecer alguns elementos de análise das tendências da pesquisa em política educacional nas últimas décadas no Brasil, apresentando também alguns enfoques gerais como as abordagens descritivas e qualitativas, as avaliações de programas e a pesquisa comparada. No caso desta última, afirma, “O potencial da pesquisa comparada está, a nosso ver, no potencial de interpretação das convergências e das especificidades na concretização de políticas globais a partir da historicidade dos fenômenos contemporâneos”. Destaca a importância da historicidade dos processos políticos educacionais, apontando o risco da naturalização de conceitos pela ausência da historicidade que tais conceitos carregam. Conclui com alguns desafios que devem ser encarados no debate sobre as políticas educacionais, entre eles, “Revigorar o debate teórico e histórico”, “Articular as diferentes áreas e as abordagens das pesquisas em política educacional”, “Repensar a formação do pesquisador em política educacional”, “Assumir a tensão entre o campo acadêmico e o campo de atuação política, fronteira bastante sensível na área de política educacional”, entre outros.

_______________________________________________________________ 

QUADROS, Sérgio. KRAWCZYK, Nora. O ensino médio brasileiro ao gosto do empresariado. Políticas Educativas, Paraná, v. 12, n. 2, p. 36-47, 2019.

Acesse aqui

Resumo: O artigo trata da relação do empresariado com o ensino médio, particularmente com a Reforma do Ensino Médio, apresentada no governo Temer, em 2016, através da Medida Provisória 746. O empresariado, apesar de participar das políticas educacionais desde os anos 1930, mudou a forma e o protagonismo de suas ações nas três últimas décadas. Neste sentido, a partir de uma breve contextualização do cenário político, realizam-se alguns apontamentos sobre a influência deste ator na Reforma. Destacam-se a convergência no aceno pela aprovação da Reforma entre os empresários que participaram das audiências públicas; os documentos das instituições empresariais que se assemelham à proposta da Reforma; a presença destes grupos na elaboração da BNCC; a orientação da Reforma pela pedagogia das competências e seu espírito neoliberal. Este fenômeno apresenta implicações na democratização da educação, uma vez que, em uma sociedade atravessada pela luta de classes e interesses antagônicos, a primazia das propostas dos empresários nas reformas educacionais pode significar perdas importantes na escolarização dos trabalhadores, como apontado pelas divergências e resistências de pesquisadores e dos movimentos sociais. A maneira como o empresariado induziu a Reforma, antes e durante a tramitação da medida provisória, fez com que sua proposta vencesse essas divergências.

_______________________________________________________________ 

MARTINS, E. KRAWCZYK, N. Estratégias e incidência empresarial na atual política educacional brasileira: o caso do movimento ‘Todos pela Educação’. Revista Portuguesa de Educação. v.31, n.1, janeiro a junho de 2018. 

Acesse aqui

Resumo: Neste artigo os autores apresentam a ideia de que atualmente, observa-se na política educativa brasileira a influência constante de organizações empresariais que se entrelaçam com os quadros políticos, dentre as quais se destaca o Movimento Todos pela Educação (TPE). Procurou-se apresentar o TPE, discutindo seus objetivos e suas principais estratégias para incidir na política educativa brasileira. Utilizou-se vasta pesquisa documental e entrevistas com os principais atores do movimento. O TPE age como uma ampla coalizão, organiza-se em uma densa rede e atua como um Think Tank da educação, inclusive estendendo seus braços a outros países da América Latina. O presente artigo identifica indícios de um novo estágio de reestruturação do espaço público e de suas instituições. Em tal estágio, o empresariado busca o fortalecimento da capacidade de execução do aparelho estatal e institucional, tomando as rédeas desse processo, em nome da necessidade do controle social. Apresenta assim um processo gestado durante décadas e que, no caso da educação, se viu incentivado por uma conjuntura nacional e internacional com as seguintes características: uma pseudo-democratização da educação; o aumento da cobertura e o ingresso de novos setores sociais que têm tornado a escola pública também mais requisitada ideologicamente pelos diferentes setores sociais; a exaltação da eficiência e da universalidade dos modelos de gestão privada (conhecidos como “tecnologia empresarial”); e o encorajamento (por parte de organizações internacionais e governamentais) do setor empresarial para intervir na política educacional. Soma-se a isso o papel dos indicadores educacionais, que ganharam peso nos últimos anos.

_______________________________________________________________

KRAWCZYK, N.; FERRETI, C. J. Flexibilizar para quê? Meias verdades da “reforma”Revista Retratos da Escola.v.11, n.20, janeiro a junho de 2017. 


Acesse aqui


Resumo: O artigo analisa de forma detalhada a Lei n. 13.415 de 16/02/2017, que muda radicalmente, através de flexibilização e desregulamentação, o tempo escolar, a organização e conteúdo curriculares, o oferecimento do serviço educativo (parcerias), a profissão docente e a responsabilidade da União e dos Estados. Examinam-se os antecedentes, os interesses que subjazem às mudanças, assim como o risco à precarização e desagregação do ensino médio e à regressão das conquistas adquiridas pelos movimentos sociais ao longo das últimas décadas. A palavra de ordem dessa Reforma é flexibilização, que vem sendo utilizada nas últimas décadas para se opor a uma estrutura estatal de proteção do trabalho e de proteção social. O artigo apresenta a Reforma como uma nova forma de distribuição do conhecimento socialmente produzido, colocando o ensino médio a serviço da produção de sujeitos técnica e subjetivamente preparados do ponto de vista instrumental, tendo em vista os interesses do capital. Os autores concluem o artigo afirmando que “a leitura cuidadosa da Lei permite compreender que ela não é propriamente uma reforma educacional, mas parte de um processo de desregulamentação, precarização e desagregação do ensino médio e de outros espaços públicos”.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, N.; SILVA, C. J. Desigualdades educacionais no ensino médio brasileiro: uma análise do perfil socioeconômico de jovens que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio. Sensos-e Revista Multimédia de Investigação em Educação, 2017.

Acesse aqui


O objetivo do artigo é analisar o fenômeno da progressividade no público de estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Brasil, na série histórica que cobre o período de 1998 a 2014. A pesquisa foi feita utilizando os dados disponibilizados pelo INEP a partir de um questionário aplicado a todos(as) os(as) estudantes que realizaram o ENEM neste período. A análise do perfil socioeconómico de jovens que realizaram o ENEM no Brasil revela mudanças significativas ao longo de dezesseis anos. Consideradas as variáveis estudadas - composição etária, sexo, renda familiar, cor/etnia e escolaridade da família -, foi possível perceber uma maior representação de setores sociais que são considerados mais vulneráveis e em situação de exclusão na estrutura social brasileira. Os dados indicam também uma tendência de aumento na idade da população que fez o ENEM no período estudado; a diminuição de jovens que fazem o ENEM no ano de conclusão do ensino médio e aumento do número de jovens que fazem o exame em anos posteriores à sua conclusão; a diminuição da população branca e aumento da população negra; um pequeno aumento na escolaridade média de pais e mães desses jovens e uma maior representatividade de jovens oriundos de famílias com menor renda - em 2014, quase 70% da população que realizou o ENEM tinha renda até dois salários mínimos na família. A análise desses dados não pode se estender para a totalidade do público específico do ensino médio no Brasil, no entanto guarda em si um potencial elucidativo importante, que lança luz para a compreensão das particularidades do perfil da juventude brasileira que se encontra na situação de transição entre o ensino médio e o ensino superior. Além disso, permite-nos perceber alguns dos efeitos e tendências das políticas públicas educacionais que procuram democratizar o acesso ao ensino superior no país, ainda que este último fenômeno não seja objeto de análise deste artigo.

_______________________________________________________________ 

DUARTE, A.; KRAWCZYK, N. Brasil educação. Tensões intergovernamentais na política de ensino médio. Revista del IICE – Instituto de Investigación em Ciencias de la Educación, Buenos Aires, n. 39, 2016.

Acesse aqui


Resumo: Este artigo apresenta as políticas educativas implementadas pelo governo nacional brasileiro e pelo governo estadual de Minas Gerais para o ensino médio, de 2003 a 2014. Tem como objetivo compreender os nexos, tensões e oposições entre ambas as propostas. Durante esse período o governo nacional buscou fortalecer seu caráter indutor, através de um conjunto de programas que influenciassem a política de educação nos Estados federativos, que no caso do Brasil, possuem autonomia para a formulação de suas próprias políticas. No período estudado ocuparam a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 e 2007-2010) e Dilma Rousseff (2011-2014), ambos do Partido dos Trabalhadores (PT); em Minas Gerais, os governadores Aécio Neves (2003-2006 e 2007-2010) e Antonio Anastasia (2011-2014), do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Esses dois partidos (PT e PSDB) disputaram a presidência desde 1994 e foram oposição tanto em âmbito nacional como nas eleições estaduais. Este estudo está baseado nos resultados de pesquisa bibliográfica e documental, realizada em âmbito nacional e em Minas Gerais, durante 2015.

_______________________________________________________________ 

BARTLETT, L.; KRAWCZYK, N. Apresentação da Seção Temática - Métodos de Educação Comparada. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 42, n. 3, p. 815-819, jul./set. 2017. 

Acesse aqui


Resumo: O campo internacional da Educação Comparada está embasado na noção de comparação. No entanto, existe entre pouca e nenhuma concordância sobre o que são métodos comparados. Talvez isso não surpreenda, dado que o campo é completamente multidisciplinar. Comparação significa coisas distintas para diferentes pesquisadores, que são informados por epistemologias e métodos diversos. Existem duas abordagens gerais para a comparação: aquelas que são orientadas para a variância (e, portanto, tendem a embasar-se em uma epistemologia positivista e a utilizar métodos quantitativos) e aquelas que são orientadas por processo (e assim tendem a empregar uma epistemologia mais interpretativa, construtivista ou crítica e métodos qualitativos).

_______________________________________________________________ 

PIOVANI, J. KRAWCZYK, N. Los Estudios Comparativos: algunas notas históricas, epistemológicas y metodológicas. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 42, n. 3, p. 821-840, jul./sept. 2017. 

Acesse aqui


Resumo: En este artículo se abordan algunas cuestiones históricas, epistemológicas y metodológicas relacionadas con los estudios comparativos en las ciencias sociales, con referencias específicas al campo de la educación. A partir de una consideración general de la comparación, su estructura lógica y su presencia en la ciencia y en la vida cotidiana, se avanza hacia la presentación y valoración crítica de las posturas que la definen como método científico. Por otra parte, se sostiene que, aún cuando se rechace este significado restrictivo de la comparación como método, existe cierto consenso en torno de la especificidad de los estudios comparativos en las ciencias sociales. Y en relación con ellos, en el artículo se discuten con mayor detalle los de carácter trans-contextual (cross-national y cross-cultural), con énfasis en los principales desafíos metodológicos y técnicos que afrontan. Se analiza también la perspectiva comparativa socio-histórica, que ha adquirido importancia en los últimos años en el campo de la educación.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, N. O Ensino Médio flexibilizado: Uma reforma entre a fantasia da propaganda e o pesadelo da realidade. Revista APASE, Ano XVI, nº 18, 2017. 


Resumo: Qual é a identidade do ensino médio? Para que o ensino médio? Quais são os desafios que hoje têm que enfrentar o ensino médio no nosso país? São perguntas que os educadores temos nos feito em diferentes rodas de conversa na universidade, na escola, entre colegas e também com os jovens e suas famílias. Sem dúvida são perguntas relevantes, mas que não têm uma resposta simples. São perguntas que tampouco têm uma resposta unânime. São perguntas que põem em cheque o caráter elitista que historicamente teve o ensino médio em nosso país. Um ensino médio produtor de desigualdades educacionais e, por tanto, uma instância de aprofundamento das desigualdades sociais.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Pesquisa e formação em política educacional: um desafio interdisciplinar. Revista Olh@res, Guarulhos, v. 3, n. 2, p. 8-14, nov. 2015.

Resumo: Conferência de Abertura do I Encuentro Latinoamericano de Profesores de Política Educativa. Organizado pela RELEPE e realizado 6 e 7 de julho de 2014, na Unifesp, em Guarulhos-SP. A reflexão sobre pesquisa e formação em política educacional que vou compartilhar aqui com vocês é resultado de minhas angústias e de desafios que vêm me acompanhan- do durante toda a minha trajetória de pesquisadora. Quando comecei a pesquisar política educacional, minhas primeiras pesquisas fo- ram no âmbito do ensino médio. Participei de várias pesquisas na área de Educação e Sociedade na Flacso Argentina. A pergunta que orientou várias dessas pesquisas foi como e por que a organização do ensino oculta uma outra organização que não aquela explicitamente enunciada. Foi lá que comecei junto a outros pesquisadores, muito mais formados do que eu era na época, a estudar os processos de segmentação e de exclusão no interior do sistema educacional argentino.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Ensino médio: empresários dão as cartas na escola pública. Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 126, p. 21-41, jan. mar. 2014. 


Resumo: A escola média brasileira está num momento de transição. Mas, transição para onde? O artigo apresenta uma reflexão para auxiliar a responder essa pergunta. Analisa as mudanças no ensino médio e as influências no processo complexo e controvertido de definição de políticas. Observa-se o início de renovação da racionalidade pedagógica e organizacional desse nesse nível de ensino, criando uma variedade de modalidades, de formas de organização e de trabalho pedagógico. E, que uma fração do empresariado assumiu lugar privilegiado nessa renovação. Identificam-se propostas curriculares e organizacionais, que tendem à padronização nacional do ensino médio. Ao mesmo tempo, há uma forte fragmentação no interior das redes estaduais e de sua gestão político-educacional.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Pesquisa comparada em educação na América Latina: situações e perspectiva. Educação Unisinos, São Leopoldo, RS, 17(3): 199-204, set./dez. 2013.

Acesse aqui


Resumo: O artigo problematiza algumas questões vinculadas à situação atual dos estudos comparados e dos desafios na pesquisa em educação: a comparação como processo de conhecimento, a relação entre os estudos comparados e os modelos de desenvolvimento e o uso da comparação como forma de regulação política e governança na educação. O artigo reconhece que a disciplina de educação comparada se constituiu a partir de quatro aspectos fundamentais: a ideologia do progresso, um conceito de ciência, a ideia de Estado-nação e a definição do método comparativo. Alerta sobre a diferença entre comparação como forma de pensamento e a comparação como procedimento científico das ciências sociais. Para finalizar, oferece alguns elementos para a construção de uma perspectiva crítica na pesquisa comparada através de uma abordagem sócio-histórica. Significa, recuperara historicidade na concretização dos fenômenos e dos processos atuais para a compreensão da sua singularidade.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. A historicidade da pesquisa em política educacional: o caso do Brasil. Jornal de Políticas Educacionais, v. 6, p. 3-11, 2013.


Acesse aqui


Resumo: O artigo apresenta uma discussão sobre as trajetórias históricas de constituição e tematização do campo de pesquisa em políticas educacionais no Brasil. O trabalho parte do reconhecimento que a consolidação da pesquisa em educação no Brasil iniciou-se nos anos de 1940 e logo na sequência as temáticas concernentes ao campo das políticas educacionais passaram a compor os objetos de investigação. Demonstrando os caminhos teóricos da constituição do campo, o texto indica, ao final, um conjunto de desafios para a pesquisa em políticas educacionais, destacadamente o necessário aprofundamento do debate teórico e histórico, a desnaturalização das categorias de análise e a articulação entre as diferentes áreas e abordagens teórico-metodológicas.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. A historicidade da pesquisa em política educacional: o caso do Brasil. Propuesta Educativa (Online), v. 39, p. 35-42, 2013. 


Acesse aqui


Resumo: O artigo apresenta uma discussão sobre as trajetórias históricas de constituição e tematização do campo de pesquisa em políticas educacionais no Brasil. O trabalho parte do reconhecimento de que a consolidação da pesquisa em educação no Brasil iniciou-se nos anos de 1940 e logo na sequência as temáticas concernentes ao campo das políticas educacionais passaram a compor os objetos de investigação. Demonstrando os caminhos teóricos da constituição do campo, o texto indica questões relativas ao que está sendo chamado de “escolarização da produção acadêmica”, onde a vinculação entre a pesquisa e a pós-graduação ganhou contornos marcantes no Brasil. A autora debate, em seguida, o crescimento da influencia da área da economia e da Teoria do Capital Humano na educação, e a contraposição feita pela produção critica que as universidades foram criando. Mostra, assim, como a pesquisa em educação esteve condicionada, em certa medida, aos movimentos políticos mais gerais. Assim, “O retorno à democracia política trouxe uma intensa mobilização social pela educação e o entusiasmo pelo estudo da educação no marco das relações sociais capitalistas, com base em autores estrangeiros e brasileiros de inspiração marxista, especialmente nas áreas de história, filosofia, administração e política educacional. Conjuntamente à participação social, a educação passou a ser vista como possibilidade de democratização e de reversão da lógica centralizadora e autoritária da ditadura”. O artigo também discute, ainda que brevemente, as relações entre educação e trabalho e a escola como espaço de luta hegemônica, o que dinamizou o debate no interior da pesquisa em política educacional. Para concluir, apresenta um conjunto de desafios para a pesquisa em políticas educacionais, destacadamente o necessário aprofundamento do debate teórico e histórico, a desnaturalização das categorias de análise e a articulação entre as diferentes áreas e abordagens teórico-metodológicas.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Modelos de Gestão da Garantia do Direito à Educação e do Dever do Estado. In: IV Seminário de Educação Brasileira. PNE em Foco. Sistemas de Educação na América Latina. Campinas, 2013.

Acesse aqui


Resumo: Temos assistido a importantes mudanças de governo em vários países latino-americanos, nos quais partidos que assumiram o Executivo desde o início deste século trazem uma agenda de luta contra a pobreza e inclusão educacional e social. Naturalmente, essa nova postura expressa os limites das políticas neoliberais, que vinham sendo aplicadas até então, no que diz respeito aos problemas sociais. Mas é expressão também de que estas políticas neoliberais não conseguiram nem mesmo dar resposta às necessidades que o atual estágio do capitalismo coloca.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Novos formatos escolares para novas demandas sociais: O Ensino Médio Integrado. Archivos de Ciencias de la Educación, Año 6, Nº 6, 4º Época, 2012. 


Resumo: O tema deste artigo é a opção do governo federal pelo ensino integrado. É no marco do cenário educacional brasileiro e de seu desenvolvimento tardio em relação a outros países da região que aqui se analisa o debate e as políticas educacionais voltadas a integrar o ensino médio e o mundo do trabalho. O texto apresenta um breve histórico do desenvolvimento do ensino médio no país e o debate que acompanha o acompanha em torno à dicotomia entre a formação técnica profissional e a propedêutica. Nos anos 80 esse debate torna-se ainda mais forte especialmente nos trabalhos que defendem a politecnia, em oposição ao ensino profissionalizante. Em seguida, se trata dos desafios impostos ao ensino médio ao longo dos anos, entre eles “sua inclusão no âmbito da educação básica; a seu processo de progressiva universalização; ao estreitamento do mercado de trabalho e ao aumento da competitividade: à falta de consenso sobre os saberes socialmente significativos; à complexidade do universo juvenil, permeado de incertezas sobre o presente e sobre o futuro”. A autora finaliza apresentando o projeto e as experiências do Ensino Médio Integrado, como “uma proposta desafiadora”, com muito potencial, e afirma, “trata-se de integrar campos do saber, o que é fundamental para o desenvolvimento do aluno e para a transformação da realidade em que ele está inserido. Integrar teoria e prática, trabalho manual e intelectual, cultura técnica e cultura geral, pode representar uma proposta pedagógica capaz de avançar em direção ao desenvolvimento pessoal e crítico dos jovens trabalhadores”.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Pesquisa Comparada em Educação na América Latina: situações e perspectiva. In: Seminário Pesquisa Comparada em Educação - Limites e Possibilidades -, organizado pela Unisinos, 24 e 25 de setembro de 2012, São Leopoldo, Rio Grande do Sul. 


Resumo: o artigo problematiza algumas questões vinculadas à situação atual dos estudos comparados e dos desafios na pesquisa em Educação: a comparação como processo de conhecimento, a relação entre os estudos comparados e os modelos de desenvolvimento e o uso da comparação como forma de regulação politica e governança na educação. Para finalizar, oferece alguns elementos para a construção de uma perspectiva critica na pesquisa comparada através de uma abordagem sócio-histórica.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora; SANDOVAL, Salvador Antonio. O Processo de Regionalização das Universidades do Mercosul: um estudo exploratório de regulação supranacional e nacional. Educação e Realidade, v. 37, p. 647-668, 2012.

Resumo: Este artigo é produto de uma pesquisa exploratória em que se analisou um conjunto de ações vinculadas ao processo de regionalização da universidade e as dinâmicas produzidas e implementadas nos espaços de regulação transnacional (incentivo à regionalização do Mercosul), nacional (Brasil e Argentina) e institucional. Buscou-se compreender as mudanças institucionais em curso e as possibilidades de construção de um pensamento social latino-americano. Foram focalizadas a análise das políticas de integração regional de educação no âmbito do Mercosul e as dinâmicas nacionais. O texto inicia com uma breve introdução ao sistema universitário latino-americano, destacando seus “três grandes momentos, ainda que, reconhecendo as especificidades substanciais entre os diferentes países: o surgimento da universidade como ator político; a contribuição científica e de formação da universidade para o desenvolvimento nacional; e a subordinação da regulação das universidades às necessidades do desenvolvimento do mercado”. Em seguida, apresentam as reformas que ocorreram a partir dos anos 90, modificando a relação da universidade com o Estado. Tratava-se de uma nova lógica de regulação, ancorada na ideia de autonomia avaliada e na inversão na lógica do serviço educativo, que passou a ser orientado pela demanda social e do mercado. O artigo, na sequência, aprofunda os aspectos da política de integração regional de educação superior no âmbito do Mercosul. A promoção de integração regional de universidades no Mercosul tem como antecedente a experiência da União Europeia (UE), que se plasma na Declaração de Bolonha. Aborda ainda o desenvolvimento desigual da educação superior da América Latina, como um obstáculo para o desenvolvimento de processos de integração regional. Conclui mostrando, entre outros aspectos, “que as políticas de regionalização são definidas, fundamentalmente, no âmbito restrito do Setor Educativo do Mercosul; elas vêm acontecendo de cima para baixo, com participação exclusivamente das equipes ministeriais, sem o envolvimento da comunidade acadêmica. Nesse sentido, a intencionalidade de integração das universidades dos países que compõem o Mercosul parece estar fortemente marcada pelas necessidades de desenvolvimento dos mercados regionais e por sua competitividade internacional. Isso se reflete na falta de informação e de reflexão, nas universidades, sobre a influência das políticas e das ações do bloco regional na educação superior.”

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Anuário educativo brasileiro: visão retrospectiva. Educação e Sociedade, Campinas , v. 33, n. 118, Mar. 2012.


Acesse aqui

Resumo: A professora Guadelupe Teresinha Bertussi acaba de trazer ao Brasil um projeto editorial que deu origem à publicação, pela editora Cortez, do Anuário educativo brasileiro: visão retrospectiva, coordenado por ela e pelo professor Nildo Ouriques. Tem como predecessor a publicação de sete anuários mexicanos de educação, de enorme sucesso editorial. O êxito desse projeto editorial incentivou a professora Guadelupe a trazê-lo ao Brasil, sendo alocado no Instituto de Estudos Latino-Americanos (Iela), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Reflexão sobre alguns desafios do Ensino Médio no Brasil Hoje. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas. Impresso), v. 41, p. 754-771, 2011.

Acesse aqui


Resumo: A proposta deste artigo é desenvolver algumas ideias que possam contribuir para o debate sobre o ensino médio no Brasil, a partir das condições existentes nas instituições, das políticas educacionais em curso e dos desafios colocados pela realidade social, econômica e política. Discutem-se nele a importância política, social e econômica da expansão e obrigatoriedade do ensino médio, como uma demanda provocada pelo contexto econômico mais amplo (reordenamento internacional) ou de cada sujeito (empregabilidade); e o caráter cultural da escola e sua relação com a chamada "sociedade do conhecimento", que por sua vez, amplia as disputas em torno da política educacional nesta etapa do ensino. O artigo ainda traz uma discussão sobre a dicotômica identidade do ensino médio, formação profissional ou formação propedêutica, e discute os processos históricos que resultaram na atual “crise de identidade”. Apresenta brevemente o projeto do Ensino Médio Integrado, como proposta para superar essa situação. O artigo desenvolve a ideia de que os problemas da política educacional para o ensino médio estão intrinsecamente vinculados às demandas sociais, em especial à empregabilidade. Dessa forma, no ponto “Os Jovens e o Ensino Médio”, desenvolve aspectos dessa e de outras relações importantes, como o interesse dos jovens pela escola, para compreender o papel da educação escolar nessa fase da vida. Antes de concluir, apresenta algumas demandas para a categoria docente, como a crescente exigência por formação e as condições de trabalho.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Apresentação para o Tema em Destaque: Politicas de Ensino Médio. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas. Impresso), v. 144, p. 690-693, 2011.


Acesse aqui


Resumo: O texto é a apresentação do Tema em Destaque organizado por nora Krawczyk , cuja temática específica foi “Políticas de Ensino Médio”. A autora parte da afirmação que o ensino médio se constitui em um ponto de debate internacional, seja por seu caráter geral, seja pelos problemas que carrega, tanto no Brasil como em outros países, como os altos índices de evasão, fracasso escolar, crise de identidade etc. Concomitantemente, este nível atravessou nas últimas décadas uma grande expansão, não atingindo a universalização. Assim, pesquisadores de vários países são convidados a discutir a preocupação com o potencial de seleção do ensino médio, com a discriminação constitutiva da sua historicidade e com as dificuldades das políticas educacionais para reverter essa situação.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora; VIEIRA, Vera Lúcia. A Reforma Educacional na América Latina nos anos '90. Uma perspectiva histórico-sociológica. Revista Latinoamericana de Educación Comparada, v. 1, p. 10-18, 2010.

Acesse aqui


Resumo: O presente artigo trata de um estudo comparado, com uma perspectiva histórico-sociológica, sobre os impactos da reforma educacional da década de 1990 na Argentina, Brasil, Chile e México a partir da análise da produção acadêmica produzida nos quatro países. Foram realizadas pesquisas in loco e analisadas 186 produções distribuídas entre os países da seguinte forma: Argentina (45), Brasil (62), Chile (36) e México (43). O estudo focaliza três dimensões de análise em cada um dos países, destacando as especificidades nacionais que interferiram na concretização da Reforma na região: a nova organicidade do sistema educacional; a lógica da descentralização e a reconfiguração das relações institucionais na escola e com a comunidade. Ao se refletir sobre os aspectos das condições de desenvolvimento particular dos países observa-se que esta reforma se processa em sociedades com historicidades distintas que, de alguma forma, intervêm na concretização das mudanças, o que lhe confere especificidades nacionais. Isto não invalida que a reforma educacional tenha produzido rupturas institucionais que fragilizam práticas sociais historicamente constituídas. Além da relação entre a produção intelectual e a base social de onde emergem e com a qual interagem, encontramos também a vinculação historicamente configurada das tendências nacionais e internacionais consubstanciando impactos distintos da reforma nos países.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Pesquisa em educação: desenvolvimento, ética e responsabilidade social. In: Conferência de Abertura do V Encontro de Pesquisa em Educação na Universidade Federal de Alagoas, setembro de 2010.

Acesse aqui


Resumo: O tema que me proponho a tratar aqui é especialmente significativo para mim, porque tem-me acompanhado nos últimos 30 anos. Quando escolhi a educação como foco de minha atividade profissional, desde o começo tive o privilégio de “dialogar” com a realidade educacional argentina, em primeira instância, e latino- americana, posteriormente, através da pesquisa...

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, N.; SANDOVAL, Salvador A.. A dinâmica de Regulação supranacional no processo de regionalização das universidades Mercosul: um estudo exploratório. In: IV Encuentro Internacional de Investigadores de Políticas Educativas, 2010, Rosario. Rosário: Universidad Nacional de Rosario e Asociación de Universidades Grupo Montevideo, v. 1. p. 101-108, 2010.

Acesse aqui


Resumo: O Processo de Regionalização das Universidades do Mercosul: um estudo exploratório de regulação supranacional e nacional. Este artigo é produto de uma pesquisa exploratória em que se analisou um conjunto de ações vinculadas ao processo de regionalização da universidade e, as dinâmicas produzidas e implementadas nos espaços de regulação transnacional (incentivo à regionalização do Mercosul), nacional (Brasil e Argentina) e institucional. Buscou-se compreender as mudanças institucionais em curso e as possibilidades de construção de um pensamento social latino-americano. Foram focalizadas a análise das políticas de integração regional de educação no âmbito do Mercosul e as dinâmicas nacionais.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, N. O PDE: novo modo de regulação estatal. Cadernos de Pesquisa,  Fundação Carlos Chagas, v. 38, p. 797-817, 2008. (Publicado em Tema em debate: “O Plano de Desenvolvimento da Educação”, organizado por Krawczyk, N.). Foi publicado também na Propuesta Educativa, Buenos Aires, v. 31, p. 99-109, 2009.


Resumo: O artigo discute o papel do Estado, as relações que se estabelecem entre as diferentes esferas de governo e entre o Governo Federal e a instituição escolar, e as diferentes formas de regulação contidas no Plano de Desenvolvimento Educacional (PDE). “O PDE apresenta-se como uma política nacional e um arranjo institucional resultantes de uma revisão das responsabilidades da União, que passa a assumir o compromisso do combate às desigualdades regionais e da construção de um mínimo de qualidade educacional para o país”A autora discute as modificações nas políticas educacionais, impulsionadas pelas mudanças na relação entre o mercado e o Estado, retirando deste último funções históricas de prestação de serviços, em especial, na educação. Apresenta o processo mais amplo dessas mudanças, em âmbito local da América Latina, e aprofunda os contornos que esse processo ganhou na realidade brasileira, como na forma de gestão e de descentralização. O artigo ainda analisa a gestão educacional proposta no PDE, sua dependência dos resultados do Ideb e aponta, de forma crítica, a forte interferência dos instrumentos de avaliação na mudança educacional brasileira - a premiação de escolas que melhorarem seu índice é um exemplo. Por fim, explora a categoria “território”, com seu potencial e suas limitações, na escolha do município como território privilegiado no modo de regulação educacional.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, N. As políticas de internacionalização das universidades no Brasil: o caso da regionalização no Mercosul. Jornal de Políticas Educacionais, v. 4, p. 41-52, 2008.

Acesse aqui


Resumo: O artigo é um produto parcial de uma pesquisa que pretende analisar as mudanças das dinâmicas institucionais das universidades no contexto do processo de integração regional do Mercosul e as possibilidades de construção de um pensamento social latino-americano. Parte, assim, da caracterização das mudanças ocorridas na educação nas últimas décadas, em especial impulsionadas pelas reformas nos países da América Latina, vinculando-as às modificações na própria gestão dos Estados nacionais. “Assim, a partir dos anos 1980 (nos países centrais) e 1990 (na América Latina), surgiu uma série de reformas que modificariam a relação entre a universidade e o Estado, a universidade e a economia em todo o mundo ocidental.” Para esse desenvolvimento, foram focalizadas três dimensões de análise: 1) As políticas governamentais (através de suas agências de fomento); 2) As políticas e práticas das associações interinstitucionais universitárias; 3) As políticas e práticas institucionais das universidades. Neste primeiro momento, apresenta uma análise das políticas governamentais de internacionalização da universidade brasileira no contexto do processo de integração regional do MERCOSUL. Neste sentido, o texto mostra que o Brasil busca constituir consórcios regionais, se utilizando para tanto de seu sistema de educação superior desenvolvido, da experiência de inserção da universidade brasileira nos EUA e na Europa, e de “políticas nacionais de cooperação dos cursos de pós-graduação já consolidados com instituições localizadas em regiões com maior carência de recursos humanos de alto nível”. O artigo ainda examina os programas de intercâmbio acadêmico/científico regional e as possibilidades de construção de uma produção acadêmica regional.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. O PDE: novo modo de regulação estatal. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas. Impresso), v. 38, p. 797-817, 2008.

Acesse aqui


Resumo: O artigo discute o papel do Estado, as relações que se estabelecem entre as diferentes esferas de governos federal e a instituição escolar, bem como as diferentes formas de regulação contidas no Plano de Desenvolvimento da Educação. Para isso analisa a gestão educacional proposta no plano e o potencial e as limitações da escolha do município como "território" privilegiado no modo de regulação educacional.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Dossiê: Cultura, regulação e coesão social: passado e presente da Escola Pública. Pró-Posições (UNICAMP. Impresso), v. 19, p. 15-161, 2008.

Acesse aqui

Resumo: O dossiê é uma produção do Projeto conjunto entre a FE/Unicamp e a Flacso/Argentina Programa de Centros Associados de Pós-Graduação - Capes/SPU. Tem como eixo condutor a análise da seguinte problemática: As profundas transformações vividas na virada do século XX para o XXI nas esferas da economia e das instituições sociais, culturais e políticas convocam os pesquisadores para observar com sagacidade as novas dinâmicas, as relações e as configurações sociais; para revisar os marcos conceituais e, quando necessário, construir novas categorias analíticas que permitam compreender a realidade contemporânea. E reúne um conjunto de artigos de pesquisadores brasileiros e argentinos que estabelecem um interessante debate, a partir de abordagens disciplinares e teóricas diversas, sobre as mutações que a sociedade e a instituição escolar atravessam na atualidade, em diferentes contextos latino-americanos. Tem o intuito de estimular o aprofundamento - em estreita articulação com as transformações gerais das instituições sociais na atualidade - do estudo das transformações que estão afetando a escola.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Tema em debate: O Plano de Desenvolvimento da Educação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo , v. 38, n. 135, Dez. 2008.


Acesse aqui


Resumo: Neste texto, a autora faz uma apresentação da seção Tema em Debate, sobre o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do qual é também organizadora. Nele aborda a construção e realização, na USP, UNESP e UNICAMP, do Seminário Itinerante “O Plano de Desenvolvimento da Educação em debate nas universidades paulistas” realizado em 2017. O Tema em debate tem artigos de diferentes pesquisadores sobre a oferta educativa e a responsabilidade no PNE: o PAR; o novo modelo de regulação e sobre o financiamento no PDE.
_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. As Políticas de Internacionalização das Universidades no Brasil: o caso da regionalização no Mercosul. Jornal de Políticas Educacionais, v. 4, p. 41-52, 2008.


Acesse aqui

Resumo: O texto aqui apresentado é um produto parcial de uma pesquisa que pretende analisar as mudanças das dinâmicas institucionais das universidades no contexto do processo de integração regional do Mercosul e as possibilidades de construção de um pensamento social latino-americano. Para isso, serão focalizadas três dimensões de análise: 1) as políticas governamentais (através de suas agências de fomento); 2) as políticas e práticas das associações interinstitucionais universitárias; 3) as políticas e práticas institucionais das universidades. Neste primeiro momento, apresento uma análise das políticas governamentais de internacionalização da universidade Brasileira no contexto do processo de integração regional do Mercosul. Examino os Programas de intercâmbio acadêmico/cientifico regional e as possibilidades de construção de uma produção acadêmica regional.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora; VIEIRA, Vera. Homogeneidad y heterogeneidad: un estudio comparativo sobre la reforma educativa de la década del 90 en Argentina, Brasil, Chile y México. Estudios Pedagógicos (Valdivia. Impresa), v. XXXIII, p. 59-80, 2007.


Acesse aqui 


Resumo: Un estudio comparado sobre los impactos de la reforma educativa de la década del 90, en Argentina, Brasil, Chile y México, a partir del análisis de la producción académica. Fueron analizadas 186 producciones así distribuidas: Argentina (45), Brasil (62), Chile (36) y México (43). El estudio enfoca la reconfiguración de la gestión de la educación a partir de la nueva lógica de regulación social y del nuevo papel del Estado y revela la relación entre los cambios sociales y educativos y la historicidad de cada uno de esos países. Se destacan los aspectos que dejan en evidencia la homogeneidad de la reforma educativa en la región y las especificidades nacionales que interfieren en su concretización. Se pone en evidencia que la historicidad que caracteriza la realidad educativa en estos países viene sufriendo, en México una “ruptura conservadora”; en Chile, una “continuidad conservadora”; en Brasil, una renovación conservadora, y en Argentina, una ruptura interrumpida.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, N.; VIEIRA, V. Homogeneidade e heterogeneidade nos sistemas educacionais: Argentina, Brasil, Chile e México. Cadernos de Pesquisa, Fundação Carlos Chagas, v. 36, p. 673-704, 2006. Publicado também em Estudios Pedagógicos, Valdivia, v. XXXIII, p. 59-80, 2007.


Acesse aqui 


Resumo: O artigo, síntese do livro que traz a pesquisa completa, trata de um estudo comparado, com uma perspectiva histórico-sociológica, sobre os impactos da reforma educacional da década de 1990 na Argentina, no Brasil, no Chile e no México, a partir da análise da produção acadêmica produzida nos quatro países. Foram realizadas pesquisas in loco e analisadas 186 produções distribuídas entre os países da seguinte forma: Argentina (45), Brasil (62), Chile (36) e México (43). O estudo focaliza três dimensões de análise em cada um dos países, destacando as especificidades nacionais que interferiram na concretização da reforma na região: a nova organicidade do sistema educacional, a lógica da descentralização e a reconfiguração das relações institucionais na escola e com a comunidade. Assim, as autoras apresentam as reformas educacionais na Argentina, no Brasil, no Chile e no México como resultado de um longo processo de negociação entre as diferentes forças sociais, políticas e econômicas nacionais no marco contraditório entre as propostas de modernização e de democratização vivenciadas naqueles países durante a década de 1980 do século XX e o novo estágio do capitalismo monopolista que passou a exigir mudanças substantivas na lógica de regulação nacional e institucional na região. Ao abordar os aspectos das condições de desenvolvimento particular dos países, observa-se que esta reforma se processa em sociedades com historicidades distintas que, de alguma forma, intervêm na concretização das mudanças, o que lhe confere especificidades nacionais. Isto não invalida que a reforma educacional tenha produzido rupturas institucionais que fragilizam práticas sociais historicamente constituídas. Além da relação entre a produção intelectual e a base social de onde emergem e com a qual interagem, encontramos também a vinculação historicamente configurada das tendências nacionais e internacionais consubstanciando impactos distintos da reforma nos países.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. VIEIRA, Vera.  As configurações históricas da Argentina, Brasil, Chile, e México na política educacional no limiar do século XXI. Revista Eletrônica da ANPHLAC, v. 1, p. 22-33, 2006.

______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. Políticas de regulação e mercantilização da educação: socialização para uma nova cidadania?. Educação & Sociedade (Impresso), Campinas - São Paulo, v. 26, n.92, p. 799-819, 2005. Publicado também em MUÑOZ, V. (editor) El oro por las cuentas. Miradas a la mercantilización de la educación. Campaña latinoamericana por el derecho a la educación/Luna hibrida, 2006.


Resumo: O artigo analisa, a partir de reflexões teóricas e pesquisas empíricas, um dos eixos principais da reforma educativa ocorrida nos anos 1990 na América Latina, enfocando aspectos particulares de alguns países, como Argentina, Chile, México e Brasil. Trata-se da consolidação de uma nova organização e gestão do sistema educativo e da escola, que define formas quase mercantis de delegação de poderes. Esse novo modelo de regulação supõe uma mudança radical das categorias 'sociedade civil' e 'cidadania' e vem sendo concretizado a partir de um processo de descentralização desenhado em três dimensões: descentralização entre os diferentes órgãos de governo (municipalização), descentralização para escola (autonomia escolar) e descentralização para o mercado (responsabilidade social). Segundo a autora, “Esta reconceitualização do público é um exemplo paradigmático do processo de descentralização para o mercado. Podemos dizer que é uma forma de privatização da educação que se realiza por um conjunto de reformas que, imbricado ao processo de descentralização para a escola, busca aproximar as “decisões no mercado” (as decisões políticas) das “decisões do mercado”, criando um quase-mercado em educação” - como exemplo desse processo é destacado o sistema de voucher ou “vale-educação”, entre outros. O texto busca ainda analisar a concepção da reforma educacional no marco de um novo ordenamento das relações internacionais e da reconfiguração do modelo de Estado provedor e regulador para o modelo de Estado forte e minimalista e, principalmente, enquanto expressão da lógica dos binômios globalização/comunitarismo e centralismo/localismo.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. Introdução ao Dossiê: Questões sobre a reforma educacional: Argentina, Brasil e Chile. Proposições (UNICAMP. Impresso), Campinas - São Paulo, v. 16, n.3, p. 10-12, 2005. 


Resumo: Nos últimos 15 anos, quase todos os países da América Latina e do Caribe iniciaram reformas educacionais - resultantes, em grande medida, de um processo de indução externa, que se traduz em políticas de organismos internacionais para conceder empréstimos aos Estados nacionais da região. A necessidade dessas reformas foi justificada mediante a publicação de pesquisas que evidenciavam problemas similares nos diferentes sistemas educacionais nacionais, à luz das condicionantes da reestruturação do setor produtivo e das mudanças institucionais que alteraram o arcabouço do Estado e das relações sociais, no âmbito de uma nova ordem mundial. De fato, tais estudos vieram ilustrar pontos de vista já assumidos pelos organismos internacionais e justificar um modelo homogêneo e preestabelecido de Reforma Educacional para o conjunto de países da América Latina.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut; MORAES, Reginaldo C. Corrêa de. Estudos comparados, projeto histórica e análise de políticas públicas: entrevista com Hugo Zemelman. Educação & Sociedade (Impresso), Campinas, v. 24, n.82, p. 311-320, 2003.


Resumo: Conhecido pelo seu vasto conhecimento e experiência nas áreas da epistemologia e das políticas sociais, o professor Hugo Zemelmam aborda nesta entrevista os problemas metodológicos envolvidos nas análises políticas que trabalham com a noção de comparação nos processos históricos. Salienta o desafio da construção de um conhecimento sobre a realidade latino-americana que incorpore a historicidade dos diferentes processos nacionais, isto é, a complexidade dos fenômenos políticos, sociais, culturais e/ou econômicos no momento em que eles são abordados, e que não se restrinja à comparação de indicadores ou à elaboração de analogias, tentação, a seu ver, enganadora, na qual teriam caído muitos estudos comparados produzidos nos últimos anos.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut; VIEIRA, Vera Lúcia. A reforma educacional no México e no Chile: apontamentos sobre as rupturas e continuidade. Educar em Revista (Impresso), Curitiba, v. 1, n.22, p. 77-98, 2003.


Resumo: Este artigo busca resgatar a inflexão ocorrida recentemente nas políticas educacionais da América Latina a partir de duas situações específicas, a do México e a do Chile. Considerando que tais políticas têm sido implementadas a partir de uma lógica relacionada à globalização capitalista em curso e são expressões da correlação de forças sociais num espaço concreto, propõe-se identificar de que forma diretrizes comuns, definidas por organismos internacionais, interagem com as características culturais vigentes em cada país. Tal preocupação advém da percepção acerca da função social da área educacional e de sua dinâmica como expressão das contradições. Conclui-se que, embora alvo de políticas semelhantes, a realidade educacional nos dois países expressa situações distintas: no México, tem-se uma ruptura conservadora, pelo seu caráter regressivo, e no Chile uma continuidade conservadora.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. A Escola Média: um espaço sem consenso. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas. Impresso), Campinas, v. 120, p. 169-202, 2003.


Resumo: Este artigo busca discutir o processo de implementação da reforma do ensino médio, a partir de dados colhidos em pesquisa realizada em três estados brasileiros. O intuito é analisar os principais eixos das reformas estaduais e seus focos mais críticos, a partir do estudo de seus diferentes aspectos e das tensões geradas entre a intencionalidade das novas estratégias, a realidade que se quer transformar e o que foi efetivamente produzido como decorrência das medidas propostas. As preocupações principais suscitadas referem-se: ao cenário educacional em que convivem velhos e novos problemas que apontam para a expansão do ensino médio com baixa qualidade, para a privatização da sua gestão, e, simultaneamente, para um forte componente de exclusão; ao fato de que a reforma em curso vem afetando sensivelmente o trabalho do professor e a dinâmica institucional da escola e, em muito menor grau, a realidade educacional do aluno. O estudo conclui que a situação atual do ensino médio encerra o seguinte paradoxo: uma reforma curricular complexa junto com a desvalorização do trabalho intelectual da escola como instituição cultural.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. A Sustentabilidade da Reforma Educacional em questão: a posição dos organismos internacionais. Revista Brasileira de Educação (Impresso), Campinas, v. 19, p. 43-62, 2002.


Resumo: O artigo analisa, a partir do exame das publicações do Banco Mundial, da CEPAL, do PREAL, do BID, do IIPE/UNESCO e da OREALC/UNESCO, de 1998 até 2001, as principais questões referentes à dimensões de sustentabilidade das reformas educacionais na América Latina colocadas por esses organismos internacionais. Tais dimensões são apresentadas no texto como interessantes indícios dos aspectos que receberam e continuarão recebendo investimentos – técnicos e financeiros – desses organismos. Pelo menos três dimensões preocupam bastante os organismos internacionais: a dimensão política, a dimensão financeira e a dimensão técnica. O debate em torno da dimensão da sustentabilidade política tem como palavra de ordem a expressão concertación (pacto), ressaltando assim a necessidade de se construir alianças para dar sustentabilidade às reformas educacionais. O estudo aborda o destaque dado pelos organismos às políticas que atuaram no sentido de regulamentar a participação do setor privado, empresas e fundações, na área educacional. Na dimensão técnica, o destaque fica para a criação de uma nova forma de organização e gestão dos sistemas de ensino e escolas, através da descentralização e autonomia escolar. Estas políticas estavam apoiadas na expectativa de redução dos gastos do governo central com educação, de acordo com as políticas de ajustes econômicos e reformulação do papel dos Estados nacionais. Em relação à dimensão financeira, a autora demonstra ser esta a maior preocupação dos organismos internacionais, principalmente CEPAL e Banco Mundial. Eles afirmam que para as reformas sejam sustentáveis é necessária uma reformulação dos critérios do financiamento público e um fortalecimento das estratégias de financiamento e gestão compartilhadas. Neste sentido, a CEPAL chegou a organizar, no ano 2000, um seminário para a avaliação da gestão do gasto público em educação. O artigo conclui com a constatação de que houve uma mudança na avaliação dos organismos internacionais em relação ao papel da educação na redução e eliminação da pobreza, em relação ao que defendiam no início dos anos 1990. Agora, em 2001, segundo o Banco Mundial, “chega-se à conclusão de que existem causas externas negativas do processo de desenvolvimento que requerem ser levadas em conta para poder “atacar a pobreza” e gerar as condições endógenas de crescimento dos diferentes países”.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. La Reforma Educativa en América Latina desde la perspectiva de los organismos multilaterales. Revista Mexicana de Investigación Educativa, Cidade do México, v. 07, n.16, p. 627-664, 2002. 


Resumo: Los documentos y publicaciones de los organismos internacionales que, en el inicio de la década de los noventa, explicitan sus posiciones, prioridades y recomendaciones para los países latinoamericanos — a los cuales efectuarían préstamos para iniciar sus reformas educativas — fueron y continúan siendo fuentes de importantes producciones académicas. Pero no sucede lo mismo con los trabajos posteriores de esas instancias. En los últimos años surgió un amplio espectro de publicaciones —algunas de ellas bastante divulgadas por los organismos internacionales y otras de distribución restringida— con evaluaciones y balances de las reformas en curso en los diferentes países de la región, que redefinen algunos de los temas de discusión colocados en el inicio de la década de los noventa al lado de otros nuevos...

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. ZIBAS, Dagmar. Reforma de ensino médio no Brasil: seguindo tendências ou construindo novos caminhos? Educação Brasileira, Brasília, v. 23, n.47, p. 83-102, 2002.

Resumo: O enfoque da pesquisa é qualitativo, o que nos permite avaliar as políticas de gestão do Ensino Médio, a partir do estudo dos diferentes aspectos da sua constituição e do campo de tensões produzido entre a intencionalidade das novas estratégias, a realidade que se quer transformar e a nova realidade produzida. Essas três dimensões possibilitam discriminar os elementos facilitadores e os inibidores do êxito da reforma curricular, bem como sugerir novas linhas de ação político-educacionais. Outro aspecto importante desta pesquisa é sua delimitação a três Estados - Ceará, Paraná e Pernambuco -, com projetos que contém semelhanças, mas também especificidades importantes. As diferenças geográficas e econômicas entre os três estados escolhidos são dados importantes para avaliação das reformas em contextos diferenciados...

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut; ROSAR, M. F. F. Diferenças da homogeneidade: elementos para o estudo da política educacional na América Latina. Educação & Sociedade (Impresso), Campinas, v. 75, p. 33-47, 2001.


Resumo: Nos últimos 10 anos, quase todos os países da América Latina iniciaram reformas educativas que estiveram, supostamente, precedidas de estudos realizados por organismos internacionais, que evidenciaram seus logros e deficiências à luz das mudanças que definiam o processo de reestruturação da ordem econômica mundial nos anos 80 e 90. Em linhas gerais esses estudos mostraram problemas similares nos diferentes países da região, que justificaram a possibilidade de serem concebidas reformas educativas de caráter homogeneizante para a maioria dos países latino-americanos. A partir deste cenário, procura-se neste estudo aprofundar a análise da relação Estado-sociedade nos processos de constituição das políticas educacionais, bem como identificar de que modo se desenham os novos espaços público e privado, no bojo das contradições que se estabelecem entre o sistema educacional, o sistema político e a organização social, buscando reconhecer nessas contradições os elementos da cultura nacional e os elementos que resultam das orientações impostas pelos organismos internacionais.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. A gestão escolar: um campo minado. Analise das propostas de 11 municípios brasileiros. Educação & Sociedade (Impresso), Campinas, v. 1, n.67, p. 112-151, 1999.


Resumo: A tendência atual das reformas educacionais, em curso nas últimas décadas, em vários países do mundo, inclusive no Brasil, tem na gestão da educação e da escola um de seus pilares de transformação. A posição hegemônica nessas reformas defende o início de uma mudança radical na maneira de pensar e implementar a gestão dos sistemas educativos concentrada, principalmente, na instituição escolar e sua autonomia. Nesse sentido, uma das principais políticas educacionais no Brasil é a descentralização educativa e a descentralização escolar. Esta última promove a autogestão institucional. Pesquisas sobre as reformas educacionais feitas em vários países indicam uma tendência à fragmentação do sistema educativo das políticas de gestão em curso, sustentadas pelos conceitos de autonomia, descentralização, flexibilidade, individualização, poder local etc. Nesse sentido, a construção de uma nova institucionalização democrática da escola não se perfila como desafio ao novo modelo de gestão educacional hegemônico. Pelo contrário, o desafio desse novo modelo define-se como a construção de uma nova governabilidade - entendida de forma instrumental e, portanto, como um conteúdo eminentemente normativo e pragmático (Fiori 1995) - no interior do sistema educativo e a contribuição da escola para a governabilidade de toda a sociedade. Este artigo propõe-se analisar as propostas de política educacional em gestão escolar dos governos de 11 municípios de diferentes regiões do país; e discutir a racionalidade dessas novas formas de organização e gestão. A análise das propostas de reforma da gestão escolar foi pautada pelo questionamento que fazem à democracia, ao centralismo, à qualidade do ensino e ao papel dos professores e dos outros atores educativos.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, N.; ROSAR, M. F. F. As diferenças da homogeneidade pretendida na década de 90: a política educacional gestada na América Latina. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Porto Alegre, v. 15, n.2, p. 143-151, 1999.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora. A Qualidade Pública do Movimento de Docentes. Uma análise comparativa das posições dos movimentos de docentes no debate educacional, durante a década de 80, no Brasil e na Argentina. Educação Brasileira, Brasília, v. 19, n.38, p. 95-110, 1997.


Resumo: O artigo parte da reconstrução das características do processo de transição democrática no Brasil e na Argentina e as principais características dos movimentos docentes em ambos os países. Apresenta assim, a ideia de que a saída dos militares do poder trazia de volta a gestão democrática dos assuntos públicos, ainda que suas metas e ideais permanecessem por serem definidos. Além disso, apresenta as diferenças de efeito político e econômico dos regimes militares em cada um dos países e, na transição, a relação de cada governo com os movimentos sindicais, notadamente mais aberta no Brasil que na Argentina. Como objetivo central deste estudo, a análise do alcance transformador dos movimentos sindicais docentes no espaço político-educacional se deu através da investigação da constituição ou remodelamento das organizações coletivas dos docentes nos anos 70 e 80, destacando a CTERA, na Argentina, e a APEOESP, no Brasil. A autora traça, em seguida, o caminho do debate sobre a posição dos movimentos docentes em ambos os países. Demonstra que a preocupação no período de redemocratização era na reconfiguração do papel do Estado, do próprio espaço público e das organizações da sociedade civil. Destaca ainda aspectos da discussão, nos países pesquisados, do problema do financiamento da educação e da definição dos conhecimentos escolares, o currículo.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. A Utopia da Participação: a posição dos Movimentos Docentes na formulação da Política Educativa na Argentina. Educação Brasileira, Brasília, v. 16, n.33, p. 163-189, 1994.



Resumo: O artigo apresenta a pesquisa, que deu origem à tese de doutorado da autora. Analisa o comportamento das organizações docentes e sua relação com o processo de redemocratização na Argentina, no período de 1983 a 1988, época da retomada do debate em torno do pluralismo, do corporativismo e da estrutura do Estado. O debate da participação dos movimentos docentes faz parte de um dos temas controvertidos da democracia moderna, isto é o poder das organizações corporativas e seu papel no processo politico, com destaque para a questão da governabilidade das sociedades em que as corporações lutam para obter um lugar na formulação e implementação da política pública. Os desafios presentes no inicio do processo de transição democrática, em 1983, e a crise econômica da Argentina na época atualizaram a discussão de certas premissas sobre o papel do estado e sua articulação com a sociedade civil. O termo participação apresentava-se como uma fórmula mágica que, ao ampliar os atores e os assuntos sobre os quais a sociedade poderia se pronunciar, abriria caminhos para a consolidação e aprofundamento da democracia. Nesse contexto, os movimentos docentes se depararam com uma proposta governamental de participação da sociedade na construção de um projeto educacional democrático, na qual se proclamava a necessidade de modificar os mecanismos tradicionais de produção e gestão da educação. A revisão das questões críticas e propostas levantadas pelos sindicatos docentes permitiu à autora visualizar a preocupação comum pela responsabilidade inalienável do Estado que poderia estar se pondo em risco com as politicas descentralizadoras e a pouca referencia à ao contexto institucional do trabalho docente nas concepções teóricas e propostas educacionais governamentais. A autora analisa também o comportamento dos diferentes movimentos docentes no Congresso Pedagógico Nacional, organizado a través de diferentes encontros durante um ano. Nesse processo se destacou a participação dos movimentos docentes privatistas que demonstraram uma atitude de franca disposição em assumir um papel determinante nos debates. Em contrapartida, a posição da confederação dos sindicadores docentes (CTERA) de concentrar o debate educacional na avaliação do orçamento não foi levada em conta e ficou fora, do mesmo modo que a sua atuação. A atitude do setor docente privatista foi um elemento importante na dinâmica do Congresso, que implicou um processo complexo de negociação de duas concepções contrapostas em matéria de educação.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. Educación y Sociedad en Argentina. Pró-Posições (UNICAMP. Impresso), Campinas, v. 2, n.3 (6), p. 38-54, 1991.


Resumo: O texto traça o desenvolvimento da escola comum, gratuita e laica e a criação de um sistema educacional diferenciado. Discute também a política educacional que foi implementada entre 1945 e 1982.O último tópico do texto analisa o problema da educação científica versus a educação argentina.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. Los procesos institucionales y la discriminación educativa en los colegios secundarios Argentinos. Propuesta Educativa, Buenos Aires, v. 1, n.1, p. 64-79, 1989.


Resumo: Este artigo teve como objetivo principal apresentar os resultados de uma investigação, realizada ao longo do ano de 1986 e parte de 1987, que deu origem a dissertação de mestrado da autora. A través de uma pesquisa qualitativa se procurou descobrir os processos institucionais que contribuíram para perpetuar ou modificar as características estruturais do sistema educativo argentino. A raiz desse objetivo esteve na preocupação, junto a muitos educadores, de encontrar os caminhos de uma progressiva democratização da educação, em relação com o conteúdo mais geral de democratização social, política e econômica de toda a sociedade. A investigação se pautou por quatro temas chaves que foram trabalhados nas escolas secundárias pesquisadas. São eles: 1. a estrutura segmentada do nível médio; 2. sua estrutura desarticulada; 3. a função social do mesmo; e 4. as mudanças que o Estado promoveu para alterar sua estrutura segmentada e desarticulada. E a partir desses temas vai aprofundar a discussão sobre os processos institucionais, na garantia, por exemplo, da manutenção de certos grupos em certos papéis sociais, ou mesmo os processos institucionais que articulam o sistema educativo e reforçam sua segmentação, entre outros. O artigo conclui com a percepção de que o avanço do processo de redemocratização que estava ocorrendo trouxe novamente desafios que tinham ficado em segundo plano no processo de luta para a mudança de governo, para um governo constitucional, abrindo assim, perspectiva para uma democracia não apenas formal, mas efetiva.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. Los procesos institucionales y la discriminación en los colegios secundarios en la Argentina. Educação & Sociedade, Campinas, v. 31, 1988.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. Cómo perciben los sectores populares la responsabilidad del Estado en la educación de sus hijos? Aprendizaje Hoy, Buenos Aires, n.10, 1985.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut; VIOR, S.; MALAJOVICH, Ana Maria. Aportes para una desmistificación. Privatización y segmentación del Sistema Educativo. Revista Argentina de Educación, Buenos Aires, v. 1, n.6, p. 07-16, 1984


Resumo: Com este artigo vamos iniciar uma reflexão sobre alguns aspectos da realidade educacional e sobre certas teses presentes há décadas no pensamento político-pedagógico argentino. Talvez algumas das idéias aqui apresentadas darão origem a polêmicas, porque contradizem muitos dos postulados que os setores democráticos tradicionalmente argumentam ao analisar os problemas do sistema educacional. Nosso objetivo é estimular o Estudo e a discussão, questionar alguns mitos que têm acompanhado muitos diálogos é conveniente, especialmente na véspera do Congresso Nacional Pedagógico, uma área que devem ser descritas as linhas orientadoras de uma política educativa de equalização de oportunidades educacionais e de possibilidades.Somente a partir da análise crítica e da superação dos mitos será possível encontrar as respostas necessárias para uma real democratização da educação.

_______________________________________________________________ 

KRAWCZYK, Nora Rut. Movimientos sociales y participación popular. Boletín Clacso, Buenos Aires, 1984.

_____________________________________________________________________________



Textos em Jornais/ Revistas

_______________________________________________________________ 

• KRAWCZYK, Nora; OLIVEIRA, Tatiana. Quando a escola ensina a submissão financeira. Outras Palavras, Acervo Online, 01 de setembro, 2021.

______________________________________________________________

• ZAN, Dirce. KRAWCZYK, Nora. Pandemia, violência policial, fundamentalismo religioso e outras ameaças. Le Monde Diplomatique, Acervo Online, 18 de agosto, 2020.

_______________________________________________________________ 

• KRAWCZYK, Nora. As falácias da EAD se alastram com (e como) o Covid19.  Revista Carta Maior, maio de 2020. 

_______________________________________________________________ 

• KRAWCZYK, Nora. A educação frente à pandemia e ao fascismo: duros combates nos aguardam. Junho de 2020.

_______________________________________________________________ 

• KRAWCZYK, Nora. Charter School: uma escola pública que caminha e fala como escola privada.        Entrevista com pesquisador americano Dwight Holmes. Carta Educação. Maio de 2016.

_______________________________________________________________ 

_______________________________________________________________ 

• SILVA, Monica Ribeiro; KRAWCZYK, Nora Rut. Pesquisadoras “conversam” com PL 6.840 de reforma do Ensino Médio. Carta na Escola, edição 97, junho de 2015. 

_______________________________________________________________   

• KRAWCZYK, Nora Rut; Talita Mochiute. Ensino Médio é espaço de conflito das diferentes expectativas sociais (entrevista). Portal Aprendiz, http://aprendiz.uol.com.br, p. 1 - 1, 16 mar. 2009.

_______________________________________________________________   

• KRAWCZYK, Nora Rut. O principal desafio ainda é a redução das desigualdades (entrevista). Desafios da Conjuntura. Publicação do observatório da educação da Ação Educativa, São Paulo, p. 15 - 15, 01 out. 2008.

_______________________________________________________________  

• KRAWCZYK, Nora Rut. Os Professores levam mais uma paulada do Governo de São Paulo. Boletim Observatório da Educação, São Paulo, 20 maio 2008.

_______________________________________________________________  

• KRAWCZYK, Nora Rut. Gestão do sistema educativo: autonomia escolar ou autonomia de mercado? Jornal da Escola, Fortaleza, p. 7 - 7, 20 dez. 1999.

_______________________________________________________________   

• KRAWCZYK, Nora Rut. El desertor escolar, quién es? Vigencia, Buenos Aires, 14 jul. 1984.